FOX BLUEMOTION

A EXCELÊNCIA DO 4+E



Os anos 1980 estão de volta. O Fox BlueMotion, versão do Fox 1,6 voltada para menor consumo de combustível, faz uso pleno do conceito "n+1" marchas, em que a última é calculada para baixar rotação e aumentar a carga, deixando o motor na ilha de maior eficiência energética. 


Não só a quinta é especialmente longa, mas o câmbio como um todo, como mostra a tabela abaixo comparando os dois Fox 1,6-litro. Desse modo, é mantido o escalonamento de marchas correto, como fica evidente na última coluna da direita, para quanto cai a rotação nas trocas ascendentes tomando a rotação de potência máxima como referência.



Fox BlueMotion
Dif.
Marcha
Rel. marcha
Rel. total
Ø ext. pneu
 rpm pot. máx.
1000 rpm
5250
 Cai para
3,611
3,769
13,61
600,6
5250
8,3
43,7
 -
3,611
2,095
7,57
600,6
5250
15,0
78,6
2918
3,611
1,281
4,63
600,6
5250
24,5
128,5
3210
3,611
0,881
3,18
600,6
5250
35,6
186,8
3611
3,611
0,673
2,43
600,6
5250
46,6
-
4010

120 km/h =  2575 rpm

Fox 1,6
4,188
3,455
14,47
595,5
5250
7,8
40,7
-
4,188
1,954
8,18
595,5
5250
13,7
72,0
2969
4,188
1,281
5,36
595,5
5250
20,9
109,8
3442
4,188
0,927
3,88
595,5
5250
28,9
151,8
3799
4,188
0,740
3,10
595,5
5250
36,2
190,2
4191

120 km/h =  3310 rpm



Note, porém, que a primeira foi encurtada em 9% e a segunda, em 7,21%. As terceiras permaneceram iguais, enquanto a quarta foi alongada em 4,96% e a quinta, em 9%. Com o diferencial 13,7% mais longo, todas as marchas alongaram-se, como pode ser visto na coluna '1000 rpm' da tabela.


Veja também que a faixa de marchas abriu-se. Entre a primeira e a quinta no Fox 1,6 ela é 4,66 (3,455 dividido por 0,740), enquanto no BlueMotion é 5,60 (3,769 dividido por 0,673).


Apesar da faixa mais ampla, as quedas de rotação nas trocas ascendentes permaneceram plenamente adequadas às características do motor. A maior queda de giro é de primeira para segunda e mesmo assim na troca a 5.250 rpm (rotação de potência máxima) cai para 2.918 rpm, 418 rpm acima da rotação de torque máximo.

 
                       
                                                     Decoração interna BlueMotion


Como no Polo BlueMotion, dirigir um carro com este arranjo não representa nenhum problema desde que se entenda o princípio das "n+1" marchas, que é muito simples: o câmbio tem de ser considerado como um "n-1" marchas, no caso quatro, em que elas servem para desde arrancar na subida mais íngreme até atingir a velocidade máxima. 

A quinta passa a ser apenas um recurso para se conseguir o menor consumo possível em estrada e nas vias expressas das cidades quando o fluxo segue normal, sem congestionamento. A grande vantagem do ponto de vista de utilização é praticamente não se precisar usar a quinta na situações que não as descritas acima. A tabela permite saber que, mesmo em quarta, a 120 km/h o motor está girando a 3.370 rpm (120 divido por 35,6).

 A mesma tabela mostra claramente que o Fox BlueMotion atinge velocdade máxima em quarta. A fábrica unforma 185 km/h de máxima em quarta (com álcool), e como são 35,6 km/h por 1.000 rpm nessa marcha, 185 dividido por 35,6 dá 5.196 rpm, praticamente a rotação-pico de 5.250 rpm, denotando cálculo perfeito da fábrica.


Já o Fox 1,6 normal, de velocidade máxima 1 km/h menor, 184 km/h, a atinge em quinta, motor a 184 / 36,2 = 5.082 rpm, um pouco abaixo da rotação de pico, mas que pode ser considerado bom.


Mas o mais interessante é a aceleração 0-100 km/h levar 10,5 s no 1,6 normal e 10,3 s no BlueMotion, ou seja, não se perde desempenho com a solução do "tudo longo" – desde que as marchas sejam usadas corretamente.


Como exemplo desse uso correto, vindo em quinta e desejar efetuar uma ultrapassagem estando entre 90 e 100 km/h, reduzir direto para terceira, nunca para quarta. Repetindo, é como se fosse um câmbio de quatro marchas.


Até na aceleração da imobilidade a 1.000 metros o carro "longo" desempenha à altura do "curto", aliás é ligeiramente mehor: o BlueMoton gasta 31,9 s e o normal, 32,2 s, contrariando a teoria – aparentemente, pois há diferenças entre os dois modelos, que abordarei logo adiante.


Cabe salientar que esses números se referem ao Fox 1,6 4-portas e ao Fox BlueMotion 2-portas, de 1.046 e 1.009 kg, respectivamente. Solicitei à fábrica a ficha técnica do BlueMotion 4-portas, que foi o que dirigi, mas até a finalização desse texto não havia chegado. Acredito que acelerem igual, o que é um mérito para o câmbio longo.


O fato é que o princípio "n+1" marchas não torna o veículo mais lento e para o proprietário resulta vantajoso tanto em conforto em velocidades de viagem (motor a 2.575 rpm a 120 km/h, contra 3.310 rpm na versão normal), quanto em consumo, que chega a ser 12,7% mais econômico na média ponderada 55% cidade-45% estrada, segundo a Volkswagen (de 1 litro por 14,3 km para 1 litro por 16,1 km, com gasolina; com álcool, praticamente o mesmo ganho, 12,6%, de 1 L por 9,7 km para 1 L por 10,9 kml).



O bom desempenho do BlueMoton vem de outras áreas do carro. Por exemplo, pneus de baixo atrito de rolamento, cuja borracha tem mais sílica na mistura e, também, funcionam com pressões mais elevadas. Enquanto no Fox normal a pressão é 29 lb/pol² dianteiros e 28 lb/pol², traseiros, no Blue Motion elas são, respectivamente, 36 e  34 lb/pol². 


As medidas são diferentes também, 195/55R15 no Fox e 175/70R14 no Blue Motion, mais estreitos neste. A resistência ao rolamento em decorrência dos pneus de baixo atrito e de seção menor diminuiu 23%, de acordo com a Volkswagen.

Para compensar a maior dureza dos pneus, os amortecedores foram recalibrados, não se notando diferença no conforto de rodagem entre os dois Fox. Os pneus de seção mais estreita e a modificação na parte superior da grade para entrar menos ar resultaram em redução da área frontal de 2,17 m² para 2,16 m² e do coeficiente de arrasto, de 0,353 para 0,330. Essas duas mudancas resultaram numa desaceleração gradual 32,4% melhor na prova de 75 km/h à parada total, câmbio em ponto-morto: o Fox de série andou 1.002 metros e o BlueMotion, 1.327 metros.





Para ajudar a dirigir economicamente, há no painel um indicador de troca de marchas, tanto para subir quanto para reduzir, parecido com o sistema que havia no Santana, só que agora são setas em vez de luz. E há também um medidor de consumo instantâneo em forma de barra gráfica.





O AE acha que está na hora de a Volkswagen do Brasil passar a oferecer opção de câmbio 4+E para o Fox e para o Polo, como já fez no passado nos Voyage e Parati, normal de 4 marchas ou 3+E.


Ah, ia esquecendo. O leitor deve ter notado que usei álcool em vez de etanol no texto. Foi intencional: a partir deste post voltamos ao nome original do combustível alternativo para motores de ciclo Otto e Diesel (aditivado para entrar em combustão por compressão). Etanol me incomodava e também a vários leitores. Sobretudo, álcool é tão correto quanto etanol.


O Fox BlueMotion 2-portas custa R$ 36.730,00 e o quatro-portas, R$ 38.300,00, cerca de 3% mais que as versões equivalentes do Fox 1.6. A diferença vale a pena.


fonte: AUTOentusiastas






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