CHEVROLET SONIC E FORD NEW FIESTA TRAVAM DUELO DE VAIDADES NA PISTA


Descubra com qual dos hatches compactos com visual caprichado vale a pena casar

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“Todas as mulheres estão atentas. Porque hoje é sábado.” É Vinicius de Moraes e vale para o momento de Sonic e New Fiesta no Brasil. As novidades podem ajudá-lo a pegar mulher, mas, hoje, querem é te fisgar. Qual é pra casar? E qual dá ressaca no domingo? 

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“Há um renovar-se de esperanças. Porque hoje é sábado.” Isso diria a Chevrolet, que reformou sua balada. Antes frequentada por senhoras com roupa de menina-moça, a maioria delas chegada ao álcool (exagerando na dose da bebida), a marca passou a contar com um time renovado, para todos os gostos: das mais parrudas (S10) e mães de família (Spin) até as mais esportistas e bem torneadas (Cruze Sport6).
 O Sonic é a mais descolada entre elas. Essa morena de olhar exótico pode não ser considerada bonita por alguns, mas certamente chama a atenção. Não à toa. Os cabelos e os olhos do Sonic se devem à sua origem coreana, de onde o carro virá até começar a ser produzido no México, algo previsto para 2013.
Se o estilo exótico fizer você pirar, o primeiro papo vai deixá-lo apaixonado. Ela fala bonito e promete mundos e fundos de seu motor 1.6 Ecotec. Tem muita potência (120 cv e 16,3 mkgf) e posa de moderna – comando variável de válvulas de admissão e de escape e coletor 
variável de admissão, algo único entre os motores flex até aqui. Tempos modernos. Seu azar é que tem coreana mandando melhor na pista. E sem tanta maquiagem. O 1.6 da Kia, com comando variável de válvulas só de admissão, rende até 128 cv e 16,5 mkgf. Mesmo o 1.6 Sigma, do New Fiesta, chega a 115 cv e 16,2 mkgf sem nada disso.
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Se isso ainda tornasse a belezura da Chevrolet mais econômica, o benefício seria evidente, mas a moça não nega a família e a propensão a excessos. Basta ver os números de nosso teste. Não dá para dizer que é alcoólica, mas é boa de copo. “Há um beber e um dar sem conta. Porque hoje é sábado.”
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Consumação mínima

O câmbio de cinco marchas não atrapalha, o que já é bastante coisa. Tem escalonamento correto, engates tranquilos, sem destaque, e curso talvez longo para a proposta esportiva. Como a moça com saia curta, mas de shortinho por baixo.
Se ela mostra certa falta de energia, pelo menos podia ser carinhosa, com boa dinâmica. Não é: ela não se deixa conduzir como deveria. Quando é rock, ela dá passos de valsa, com uma suspensão macia demais em altas velocidades. Se a música é lenta, ela parte para o heavy metal, dando batente de suspensão em buracos a baixa velocidade. O ideal, nem é preciso dizer, seria exatamente o contrário. Quando você puxa a moça para um lado, ela demora a vir, com sua direção meio lenta. Parece fazer jogo duro. Não quer intimidade.
Prova disso é o quanto o Sonic freia. Se topar com algo de que não gosta, vai estancar e falar na cara, mas com jeitinho: seu pedal é fácil de modular, com assistência na medida certa, sem exageros, e extremamente eficiente no resultado. Parar de 100 km/h a 0 em menos de 40 metros é algo de que muito poucos carros podem se gabar. Mas todos que conseguem deveriam fazer isso. Enfim, franqueza é uma qualidade a valorizar.
Falta conhecer melhor a moça, em especial seu caráter. Ela é simples, como o desenho do painel, inspirado no de uma motocicleta, deixa bem claro, mas tem aquelas manias de complicar, como (quase) toda mulher. O computador de bordo, dividido em duas partes pelo marcador de velocidade digital, é difícil de lidar. 
Você precisa apertar o botão menu, na alavanca esquerda, para selecionar em que parte quer mexer. Depois, tem de girá-la para selecionar a função desejada. Nem descrita a operação parece fácil, mas é ainda pior depois que você apanhou um bocado para descobrir. Pode virar motivo de discussão.
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Maternal, a novidade da Chevrolet tem ganchos Isofix no banco traseiro, e, na aparência, é uma mulher com dotes apreciáveis, com dois belos air bags dianteiros e ABS. O porta-malas, de apenas 265 litros, carrega pouca bagagem. Diz o Sonic que queria ocupar o lugar do Astra em seu coração. Só em preço. E isso o torna caro.
Apesar de vir bem completa, a versão LTZ sai por R$ 48.700. Sem vidros verdes. Se a Chevrolet já se livrou dos hits do passado com a atual renovação, precisa se livrar de outros mais, como a mania de economizar no que não se nota fácil e de colocar preço alto em seus carros. Cobrar R$ 100 de consumação coisa que não se faz. E dá margem para a concorrência oferecer camarote VIP pelo mesmo preço, como a Ford fez com o New Fiesta. Sem nome na lista!
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Se o Sonic é a menina exótica de cabelos negros e olhos enigmáticos, o New Fiesta faz outra linha. É a mexicana de pais alemães e americanos que foi à balada esbanjando o corpo em forma e sem muita produção. Básica, em resumo. E, por básica, entenda um carro com ar-condicionado, direção hidráulica, alarme, vidros e travas elétricos em todas as portas, rodas de liga leve de aro 15 e CD Player com MP3. É uma básica convincente, das que não escondem nada sob a roupa da moda.
Se se mostra uma moça exigente, ao menos não faz feio na pista. Dança rock quando Stone Temple Pilots despeja“Sex Type Thing” e te faz um cafuné quando Camille, do Nouvelle Vague, canta “In a Manner of Speaking”. Parece ter menos potência do que  a morena coreana, mas vai de 0 a 100 km/h mais rápido.“Há damas de todas as classes. Porque hoje é sábado. Umas difíceis, outras fáceis. Porque hoje é sábado.”
  E ela não é das que aceitam ir a um boteco. Custa meio caro conquistá-la (R$ 44.130). Se quiser incorporar air bags dianteiros, custa mais ainda: R$ 46.490, valor que inclui também ABS, HLA, que freia o carro em ladeiras para facilitar as saídas, e o sistema de som SYNC, que tem conexão Bluetooth e funciona por comando de voz. Sai mais em conta do que a rival da GM, mas ainda é um valor alto.
O volante permite uma pegada daquelas e faz exatamente o que você quer, com direção precisa, rápida e bem comunicativa. É um carro para quem gosta de dirigir, com suspensão macia em pisos acidentados e firme quando se anda forte. Uma dama na festa e fora dela, se é que você me entende.
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Domingo é fiesta 

Com 115 cv, por que o motor Sigma merece elogios e o Ecotec, com 120 cv, recebe crítica? Pelos recursos. Sem as mesmas soluções do Ecotec, o Sigma rende apenas 5 cv a menos. Em outras palavras, o motor do Ford é elogiável porque faz o melhor com aquilo de que dispõe.
Se a questão for caráter, o do New Fiesta é oposto ao do Sonic. Enquanto a bela da Chevrolet é complicada e (im)perfeitinha, a da Ford é sofisticada e fácil de lidar. Menina de família, sem arroubos de rebeldia. No painel, dois relógios separados (o do conta-giros, à esquerda, e o velocímetro, à direita) trazem entre eles o computador de bordo.
 A iluminação é vermelha, de leitura muito melhor do que a azulada que a Chevrolet adotou como padrão em seus carros. Se descontarmos a facilidade de visualização, o painel do Ford ainda se dá melhor por trazer comandos que qualquer pessoa saberia manipular sem recorrer ao manual de instruções. O sistema de som, porém, é confuso de lidar. Mulheres...
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Quando o assunto é trabalho, o New Fiesta é worhaholic. Seu porta-malas leva 290 litros. Pode não parecer muito, mas é a diferença entre levar o carrinho de bebê no passeio ou apelar ao muque para carregar o bebê no colo. Os quadris do New Fiesta são largos, enquanto na rival as torres de suspensão roubam espaço.
“Há a perspectiva do domingo. Porque hoje é sábado.”
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No dia seguinte, depois da festa, você vai querer acordar com a moça descomplicada e que te enche de orgulho ao ser  apresentada aos amigos. E mais: ela dá uma força nas despesas, e, de quebra, dança conforme a música. “Impossível fugir a essa dura realidade. Porque hoje é sábado”.
E domingo, por que não (?), é dia de Fiesta.
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